Eis que um belo dia, meados de Junho de 2012 quando minha
única “preocupação” em mente era ter uma boa ideia para colocar em prática no
dia dos namorados (o 12º que eu passava com meu maridex), começo a sentir um
mal estar, mais claramente uma leve azia, sensação totalmente desconhecida até
meus 28 anos, no entanto tive que recorrer ao Sr. google para saber se era
aquilo mesmo, e sim era.
Lembro-me que o gosto das comidas também estava muito
estranho, nada tinha o mesmo sabor, o chocolate tinha gosto de alface, a maça
de macarrão, o feijão de morango e assim vai.
Após uma piadinha ou outra, alguém solta a pérola: “Hum, sei
não hein, acho que você está grávida”.
Grávida eu, que nada...
Peraí, mas e o atraso? E aquela sensação estranha no
estômago? E aquele nó na garganta, quase como uma aflição?
Sei lá, sempre tive o desconfiômetro bem ligado e acho que
aquela altura eu já sabia (mesmo que inconscientemente) que algo diferente
estava acontecendo comigo.
Teste de farmácia comprado: Caso você esteja grávida em 5
minutos aparecerão 02 linhas vermelhas.
OK, teste feito, peraiiiii, mas se passaram só 10 segundos,
e essas duas linhas aqui???
Oh my God,
deu positivo.
Aguentei firme até o dia seguinte (12 de Junho), quando fiz
o BETA HCG. Não queria fazer alarde nenhum, até mesmo porque esses testes de
farmácia sempre me soaram como suspeitos, enfim, as 7:00 da manhã fiz o exame
laboratorial e as 20:00hs era a previsão do resultado, e agora, como eu iria
agüentar 12hs por aquela resposta, sem contar pra ninguém???
Como boa leonina durante esse período acessei o site do
laboratório umas 1.984 vezes, ao final do dia já sabia de cor e salteado os
números de protocolo e senha do exame.
20:00hs no relógio, e tinha chegado o grande momento.
A dúvida era se eu esperava meu maridex (que naquela época
ainda era namorado) chegar da faculdade para acessar com ele ou se eu fazia
aquilo sozinha.
Bom, como leoninos são curiosos, já devem saber qual foi a
opção escolhida.
Eu li aquele laudo umas 5x seguidas, eu não conseguia acreditar
que era positivo, aqueles números pareciam confusos, mas não havia erro, e sim
eu estava grávida.
Primeira reação: Choro, muito choro, após algum tempo me
acalmei e resolvi ligar para a minha melhor amiga.
Expliquei todo o acontecido e inclusive falei que havia
montado uma surpresa pra ele, era uma super mesa com nosso famoso café noturno
romântico, afinal era dia dos namorados, e mesmo com provas, último ano de
faculdade, correria total, não poderia deixar aquele dia especial passar em
branco, e não passaria mesmo!
O conselho que ela me deu: “Não conte de imediato,
acalme-se, converse com ele, espere ele se alimentar e ai sim, quando a
barriguinha estiver cheia e não houver chances dele desmaiar, você solta o
comunicado”.
Hahaha, as amigas sempre arrasam.
Poxa, eu sempre imaginei e planejei tantas coisas para
quando aquele momento chegasse, dar a notícia de que eu estava grávida, enfim,
tudo parecia ter fugido totalmente do meu controle.
Ele chegou, exausto mas feliz, naquele dia eu o recebi com
uma cara tão mas tããão estranha que percebi que ele me olhava tentando
adivinhar o que havia de errado comigo.
Eu, cara inchada de tanto chorar, mãos tremulas, borboletas
no estômago e uma enorme vontade de dar um abraço bem apertado nele e nunca
mais descolar.
Esperei ele comer, todo feliz (coitadinho hehe) me falava
com tanta empolgação sobre como havia sido o dia dele, e eu monossilábica
apenas pensando: “deixa ele se alimentar para não desmaiar, deixa ele se
alimentar para não desmaiar” (ordens da Cris seguidas).
Na seqüência, o diálogo mais louco da minha vida:
Eu: Tenho uma coisa pra te falar:
Ele: Que legal, o que é?
Eu: Tenho uma coisa pra te falar:
Ele: Tá bom pode contar.
Eu: Eu es es es es estou grávida, buááááááááááááááááááá
(choros e soluços infinitos).
Ele: Que chique!
(Eu realmente acho os homens estranhos)
Sim, ele disse isso, e ficou me olhando, com cara de
paisagem romana, acho que sem saber o que fazer coitado, porque eu não parava
de chorar mesmo.
A ficha não caia, eu não conseguia acreditar.
Foram tantas coisas que aconteceram em minha vida em relação
á saúde que esse assunto ‘gravidez’ era um tanto delicado pra mim, sim eu
evitava pensar nesse assunto, não porque não queria (ser mãe algum dia), talvez
evitasse pensar nisso exatamente por ter tanto MEDO de nunca conseguir ter um
filho, e no fundo essa angustia era só minha, eu jamais havia comentado isso
com alguém, mas por motivos pessoais de saúde que não citei aqui no blog, não
achava que seria possível, foi realmente uma surpresa.
Naquela noite eu não preguei o olho (ao contrário do
maridex), que teve um sono muito tranqüilo, chique né.
(Sim, os homens são muito estranhos)
Pensei sobre tantas coisas, duvidei do exame, dos sintomas,
senti medo, senti felicidade, euforia, senti tudo (menos sono).
Naquela noite a minha vida começou a mudar. A partir daquele
dia, corpo, cabeça, sentimentos e coração jamais foram os mesmos.
12 de Junho de 2012, o dia em que descobri que minha vida
mudaria para sempre!
E mudou, pra muito melhor!
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